Hedge significa cerca e, no mercado financeiro, o termo dá nome a uma operação de proteção aos investimentos, funcionando mais ou menos como uma forma de cercar a aplicação, limitando os preços dos ativos.
No agronegócio, as oscilações bruscas nos preços de commodities impactam diretamente o bolso do produtor e, é por isso, que você precisa entender como a operação hedge funciona. Assim, pode proteger o seu patrimônio.
Continue lendo para saber melhor o que é hedge, como essa operação funciona e qual é a importância dessa estratégia!
Índice
Hedge é uma operação que funciona como uma rede de proteção. Normalmente, ela é utilizada para proteger operações financeiras que estão expostas a altas taxas de volatilidade, ou seja, sofrem grandes e constantes variações de preço.
Uma operação de hedge pode ser feita a partir de diversos instrumentos. Um deles são os contratos futuros.
Nesse caso, é possível fixar um preço de compra e venda para uma data futura pré-determinada. Para isso, é feito um contrato em que a parte compradora se compromete a pagar o valor estabelecido pelo produto na data pré-determinada.
O contrário também vale: a parte vendedora pode se comprometer a repassar os produtos por um determinado preço em uma determinada data.
O hedge também pode ser feito no mercado de opções, no qual é possível adquirir o direito de venda ou compra de um determinado ativo por um preço pré-fixado até a data limite.
O hedge é uma tática que evita perdas grandes e bruscas como consequência da variação de preços no mercado.
Esse tipo de situação pode trazer grandes prejuízos e causar rombos enormes no patrimônio de uma empresa. Em alguns casos, há inclusive a possibilidade da perda inviabilizar a continuidade da operação.
Nesse cenário, a estratégia de hedge entra como uma forma de trazer mais estabilidade e segurança para a operação do negócio, além de mais tranquilidade para o produtor.
Além disso, produtores e investidores protegidos podem ter mais disposição para tentar negócios diversificados e, assim, conquistar ainda mais lucros.
A estratégia de hedge pode ser aplicada em diferentes tipos de ativos. A seguir, mostramos como ela funciona em diversas opções.
O hedge em commodities é um dos tipos mais comuns e o mais utilizado por produtores rurais. A ideia é evitar os impactos causados pelas altas variações e pela imprevisibilidade do movimento de oferta e demanda do mercado.
Nesse tipo de hedge, o produtor costuma fixar o preço de venda de sua produção por meio de contratos futuros. Ou seja, o valor é definido agora, mas a troca do produto pelo dinheiro só será realizada no futuro – após a colheita, por exemplo.
No hedge natural, a empresa não precisa tomar nenhuma ação para se proteger da variação de preços. Isso ocorre quando o ativo e o passivo de um negócio sofrem impactos em direções contrárias.
Um bom exemplo é uma empresa que opera em dólar. Quando a moeda se valoriza, tanto as despesas como as receitas aumentam na mesma proporção – e uma variação neutraliza a outra.
O hedge em ações é uma forma de evitar que a volatilidade de ações da Bolsa de Valores tenha um grande impacto negativo nos negócios. Isso pode ser feito comprando opções de ações ou investindo em índices que são beneficiados com a movimentação do mercado.
Para realizar o hedge em ações, o mais indicado é planejar os seus investimentos e manter o foco nas estratégias pré-definidas, de acordo com os seus objetivos.
O principal objetivo do hedge cambial é diminuir o prejuízo causado pelas variações das moedas no mercado financeiro.
Essa é uma estratégia também muito utilizada no agronegócio, principalmente entre os produtores que importam e exportam produtos cotados em outras moedas.
O hedge cambial pode ser feito com moedas em espécie, quando o investidor compra moedas estrangeiras em momentos de baixa nos preços; ou com contratos de mercado futuro, quando são definidas condições para transações futuras, como já explicamos.
O hedge é indicado para quem está exposto a riscos e gostaria de minimizá-los. Esses riscos podem ser de diversas naturezas, como a negociação de ações, de moedas estrangeiras ou comercialização de commodities.
Esse último caso é o que melhor se aplica a produtores rurais. Os produtores de commodities estão sujeitos a muitas variações – assim como a alta de preços pode aumentar os seus lucros, a queda pode trazer prejuízos devastadores.
O hedge é uma forma de minimizar esses riscos, que, muitas vezes, não podem ser controlados, pois dependem da variação do clima, variação cambial e flutuações de oferta e demanda.
O hedge é uma excelente ferramenta para diminuir os riscos e ajudar no controle dos efeitos da volatilidade do mercado sobre o seu negócio.
Para que o produtor saiba quais ações podem ser tomadas em diferentes situações, é fundamental que esteja sempre atualizado sobre o mercado financeiro, principalmente em relação aos preços das commodities.
Garantir um bom controle financeiro dentro da propriedade também é fundamental. Dessa forma, é possível ter sempre uma visão realista sobre o mercado e a situação da fazenda diante do contexto do mercado.
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