Sorgo é uma planta originária da Ásia e da África, altamente resistente e versátil, sendo usado como ração animal, matéria-prima, para produção de etanol e alimento humano, além de ser aplicado em sistemas agrícolas de regiões semiáridas.
Hoje em dia, no Brasil, essa planta é mais utilizada para a fabricação de ovinos, caprinos e ruminantes, e forragem. Leia o nosso artigo e entenda o que é sorgo, principais vantagens e como cultivar essa planta de forma adequada. Confira!
Índice
O sorgo (sorghum bicolor) é uma planta cultivada há milhares de anos, sendo considerado um dos cereais mais importantes no cenário agrícola global, posicionando-se entre os 5 mais produzidos do mundo, ao lado do trigo, arroz, milho e cevada.
Ele tem uma alta capacidade de se desenvolver bem em regiões quentes e com baixa disponibilidade de água, o que o torna uma ótima alternativa para locais semiáridos.
Além disso, o sorgo também tem um perfil nutricional, sendo uma poderosa fonte de ferro, proteínas, zinco, fibras e vitamina D, podendo ser usado na alimentação humana e animal.
O sorgo é uma cultura com diferentes finalidades, tendo um papel estratégico em diferentes setores agrícolas.
Na África, Ásia e Oriente Médio, esse grão é usado como base para a alimentação diária para milhões de pessoas, principalmente, em comunidades com acesso limitado a outros tipos de alimentos.
Essa planta pode ser usada no preparo de pães, caldos e bebidas fermentadas. Como mencionamos, ele também pode ser usado na alimentação de animação, já que é rico em nutrientes e na produção de silagem, sobretudo, em regiões onde o cultivo do milho é complexo por conta do clima ou fatores econômicos.
O sorgo compõe matéria-prima para geração de energia renovável, como na produção de etanol e biomassa.
Um dos principais benefícios da plantação de sorgo está relacionado à sua rusticidade, e a sua capacidade de resistência em períodos de seca.
Somado a isso, esse cereal também consegue suportar variações climáticas, além de exigir menos cuidados no controle de pragas e doenças, o que o torna uma planta menos onerosa e altamente adaptável aos mais diversos contextos.
Sua resiliência favorece uma operação mais enxuta no campo, com menor necessidade de insumos químicos e uma redução de custo de produção quando comparado com outros cereais.
O sorgo é um cereal classificado em 5 grupos: granífero, sacarino, forrageiro, vassoura e biomassa. Saiba mais sobre cada um deles!
O sorgo granífero é o tipo mais comum, sendo ele a ocupar a posição de quinto cereal mais produzido do mundo.
A sua planta tem porte baixo, com uma panícula na extremidade superior, onde ficam os grãos. Após a colheita, as plantas são usadas como feno ou incorporadas ao solo.
O sorgo sacarino, por sua vez, tem plantas de porte alto. Ao contrário do sorgo granífero, esse tipo de planta não produz muitas sementes e, por isso, é mais utilizado para silagem ou produção de açúcar e álcool.
O forrageiro, assim como o sacarino, é uma planta de porte alto e pode chegar a mais de dois metros de altura.
Aqui no Brasil, se adapta melhor no agreste e sertão de Alagoas, além de regiões similares. Ele é utilizado para pastejo, como alimento para gado e cobertura morta.
A vassoura tem esse nome porque a sua principal utilização é na fabricação deste objeto, principalmente no Rio Grande do Sul. A sua característica mais marcante é a panícula em forma de vassoura.
As outras partes costumam ser utilizadas para alimentação animal.
O sorgo biomassa tem como principal utilização a produção de energia, pois tem poder calorífico similar ao da cana-de-açúcar. As plantas são utilizadas em usinas termelétricas e em indústrias que utilizam caldeiras para gerar energia para consumo próprio.
Para que a cultura do sorgo seja bem-sucedida, o produtor precisa se atentar a alguns pontos, sobre os quais falaremos a seguir.
Ele é uma planta tolerante a temperaturas altas e clima seco. No entanto, caso haja déficit hídrico, sua taxa de crescimento diminui.
Para que cresça saudável, a planta precisa de temperaturas médias acima de 18°C, mas o ideal é que seja cultivada entre 26°C e 30°C.
Em relação à disponibilidade de água, existem dois períodos críticos — um deles é logo após o plantio e, o outro, durante a fase de floração.
A época de plantio depende se o cultivo vai ser de verão ou de safrinha. Para o verão, a semeadura deve ser realizada no período chuvoso e, na safrinha, deve ser realizada logo após a colheita da safra normal.
A semente é pequena e, por isso, o plantio deve ser feito superficialmente, a uma profundidade máxima de 5 cm. Além disso, é fundamental preparar o solo para facilitar o crescimento da planta.
O solo para a cultura do sorgo deve ter boa porosidade para facilitar a infiltração de água e o desenvolvimento das raízes. A sua preparação vai depender do sistema de plantio.
Para o sistema convencional de cultivo, o mais indicado é realizar aração e gradagens, para quebrar os torrões e incorporar calcário.
Já para o plantio direto não há necessidade de revolver o solo. O preparo deve ser feito com dessecação de gramíneas, que funcionam como cobertura morta e protege o solo de raios solares, além de facilitar a infiltração da água.
A adubação deve ser feita de acordo com os resultados da análise do solo. Normalmente, são utilizados 300 kg de adubo fórmula 4-20-20 por hectare.
O mais indicado é que a adubação seja feita quando as plantas atingirem 30 a 40 centímetros de altura, usando 150 kg de sulfato de amônio por hectare.
O ponto ideal de colheita é quando os grãos estiverem com teor de umidade entre 14% e 17% para secagem artificial e 13% para secagem natural. No caso do sorgo para ensilagem, o ponto ideal para colheita é quando a planta atinge o percentual mínimo de 30% de matéria seca.
Para pastejo e fenação, a colheita deve ser feita quando a planta atingir entre 80 cm e um metro de altura, ou após 30 a 40 dias da semeadura. Quem quiser usar o sorgo para fazer cobertura morta, deve fazer a colheita quando as plantas atingirem a altura mínima de 150 cm.
Apesar de ser uma planta de fácil adaptação, o sorgo é sensível a uma série de doenças. Aqui no Brasil, a mais comum é a antracnose, que pode levar a perdas superiores a 70% da produção.
Além da antracnose, essas são outras doenças que atingem os sorgos:
Além disso, o sorgo também está sujeito a pragas como cupins, lagartas e pulgões. Por isso, é muito importante que o produtor esteja atento à ocorrência desses animais, principalmente porque eles podem atacar em qualquer fase do ciclo de vida da planta.
Para cultivar o sorgo na sua produtividade rural, é preciso seguir algumas etapas importantes para garantir a qualidade do cereal.
Confira:
A primeira etapa inclui a definição do propósito da lavoura de sorgo, como para grãos, alimentação animal, geração de energia, etc. Essa definição estabelece quais práticas agrícolas serão adotadas ao longo do ciclo.
O sorgo é uma planta versátil que se adapta aos mais diversos tipos de solos, como férteis, leves e com boa drenagem, principalmente com níveis adequados de nitrogênio e potássio.
Para o plantio, o sistema direto costuma ser a modalidade mais recomendada, visto que ele preserva a umidade e diminui o impacto erosivo. Além disso, o espaçamento entre linhas é variável, mas uma distância em torno de 50 cm costuma ser o mais indicado
Embora consiga suportar longos períodos de estiagem, o sorgo também necessita de umidade suficiente nos estágios iniciais de crescimento e na formação das espigas.
Por isso, a irrigação precisa ser utilizada com cuidado, evitando o excesso de água que pode prejudicar a saúde das raízes.
Insetos como pulgões e lagartas podem provocar prejuízos significativos. Portanto, o mais recomendado é optar pelo manejo integrado de pragas, combinando metodologias biológicas e químicas.
No que tange às doenças, o acompanhamento contínuo é essencial, principalmente em áreas próximas a culturas como a cana-de-açúcar, que podem contribuir para a disseminação de fungos e vírus.
O momento certo para colheita varia conforme a utilização da planta. Se a finalidade é obter grãos, o ideal é aguardar até que alcancem a maturidade fisiológica, o que acontece em torno de 30% de umidade.
Para silagem ou produção de biomassa, o corte deve ocorrer um pouco antes da floração total, assegurando, assim, o melhor aproveitamento da planta.
O sorgo é uma cultura que vem ganhando espaço no Brasil pela facilidade do cultivo e versatilidade.
Para que a produtividade da planta seja a esperada e os resultados do plantio positivos, é importante planejar o plantio, fazer o manejo adequado da cultura e se atentar para o momento ideal para a colheita.
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