Você já ouviu falar em barter? Essa operação surgiu como uma forma de negociação entre produtores e fornecedores de insumos. A sua principal característica é a ausência de dinheiro – o pagamento é feito por meio da troca de produtos.
Quer saber mais sobre o barter e como ele funciona no campo? Continue lendo este artigo!
O Que É Operação Barter?
Operação barter é a troca de produtos agrícolas por insumos, realizada entre produtores e empresas fornecedoras. Na tradução para o português, o termo quer dizer “esacambo”.
Ou seja, não há troca monetária nesse tipo de operação, que é muito comum no Brasil.
Na prática, o barter funciona como uma modalidade de crédito, porém com uma forma diferente de pagamento.
O produto adquire insumos agrícolas antes de começar a produção e assume o compromisso de realizar o pagamento posteriormente, após realizada a colheita.
Para Que Serve a Operação Barter?
O principal objetivo da operação barter é simplificar a negociação entre empresas fornecedoras de insumos e produtores, além de ampliar as possibilidades de obtenção de crédito.
Assim, o produtor não precisa desembolsar grandes quantias para adquirir insumos, ficando livre da variação de valor do commodity, já que o preço de venda é definido antecipadamente.
Como a Operação Barter Funciona?
Para que a operação barter aconteça, é necessária a participação de três agentes: o produto, a empresa que vai fornecer os insumos agrícolas e o consumidor.
O primeiro acordo acontece entre o produtor e a empresa, que fornece sementes, defensivo e outros materiais necessários.
Depois, a empresa negocia com o consumidor, normalmente de grãos, também chamado de trading. O trading compra esses produtos na mão da empresa com o objetivo de comercializá-los.
Quais os Benefícios da Operação Barter?
A negociação via barter traz uma série de benefícios para todos os envolvidos. Um deles é o baixo custo para o produtor, que não precisa recorrer a empréstimos com altas taxas de juros para conseguir os insumos necessários para a próxima safra.
Outro ponto positivo para o produtor é que, com o barter, ele tem a garantia de venda da produção, o que diminui os riscos do negócio e ainda reduz os problemas com armazenamento.
O barter também oferece menos riscos, já que o produtor vende a sua produção ainda antes da colheita, em uma negociação feita com antecedência. Isso evita prejuízos financeiros, perdas da produção e protege o negócio contra variações cambiais e juros.
Quais os Riscos do Barter?
Mas, apesar de ser uma operação vantajosa, ela não é livre de riscos. É preciso negociar com empresas de credibilidade, que garantam a entrega dos insumos, para que o produtor não deixe de receber tudo o que é necessário para realizar o seu trabalho.
Outro risco envolve a produção em si. A terra pode não ser produtiva o suficiente, a fazenda pode sofrer com alterações climáticas, tempestades e outras coisas que estão fora do controle do produtor.
Além disso, o produtor precisa ter um rigoroso controle sobre tudo o que é recebido e entregue – o que pode ser feito com a ajuda de um sistema completo de gestão de fazendas.
Como É Definido o Preço da Operação?
No barter, o preço dos produtos é definido antes do fornecimento dos insumos, com base na cotação da commodity na Bolsa de Valores e em pesquisas de mercado.
Nesse ponto, o produtor precisa estar atento para vender o seu produto por um valor justo. É comum ficar em dúvida e despertar para fechar negócio no outro dia, esperando que os preços subam no mercado. No entanto, os preços também podem cair.
Esse movimento de mercado é natural e é um risco que faz parte de muitas negociações.
Qual a Relação Entre Barter e Cédula de Produto Rural?
Para oficializar o barter, as partes envolvidas devem assinar e registrar em cartório a Cédula de Produto Rural (CPR), que serve como uma garantia de que cada um dos agentes cumprirá a sua parte no acordo.
A CPR é um documento muito utilizado em operações financeiras de agronegócio e funciona como um contrato. Nesse caso, por meio da CPR o produtor se compromete a entregar determinada quantidade de produto após a colheita.
A CPR é amparada pela Lei 8.929/94 e deve ter as seguintes informações:
- nomes dos responsáveis pela negociação;
- natureza do produto negociado;
- qualidade e quantidade do produto;
- prazo de liquidação e data de entrega;
- localização da lavoura;
- promessa de entrega;
- relação dos bens utilizados como garantia;
- data da emissão do documento;
- assinatura de todos os envolvidos.
Além da CRP, outro documento fundamental para o barter é a Cessão de Crédito, que estabelece o valor da compra e venda do produto antes da safra.
Conclusão
Como você viu, o barter é uma operação que pode ser muito benéfica para o produtor. No entanto, é preciso tomar alguns cuidados para garantir que tudo saia conforme planejado e diminuir os riscos do negócio.
É fundamental que o produtor faça um controle rigoroso sobre tudo o que é recebido e entregue para a empresa fornecedora de insumos.
E a melhor forma de fazer isso é com o apoio de um software de gestão agrícola, que permite ao armazenamento e organização de informações sobre a propriedade.