As pragas agrícolas podem gerar muita dor de cabeça para o produtor rural, já que esses organismos se alimentam das lavouras, prejudicando a produtividade e a qualidade da colheita.
Devido a extensa área geográfica do Brasil, há muitas espécies de pragas agrícolas, o que exige manejo constante, detecção correta dos organismos e a adoção de técnicas adequadas.
Leia o nosso artigo e conheça os principais tipos de pragas agrícolas e as estratégias adequadas de manejo para controlar sua disseminação. Confira!
Índice
O Que São Pragas Agrícolas?
As pragas agrícolas são insetos, ácaros e moluscos que causam danos às plantas cultivadas.
Esses organismos podem atacar diretamente a lavoura ao se alimentar dos cultivos ou mesmo transmitir doenças, prejudicando significativamente o desenvolvimento saudável das culturas.
A complexidade do problema depende do tipo de praga agrícola, da fase em que a plantação se encontra e da gravidade da infestação.
Quando Um Inseto É Considerado Praga Agrícola?
Um inseto é classificado como praga agrícola quando causa prejuízos significativos que impactam diretamente a rentabilidade da lavoura.
De forma simplificada, esse desequilíbrio ocorre, especialmente, em áreas extensas de monocultura, onde a biodiversidade é reduzida e os organismos naturais não mantêm o seu papel de controle.
Em muitas regiões do país, é normal que haja uma alternância de culturas durante o verão e o inverno dentro do mesmo ciclo agrícola.
Nesse processo, os resíduos de cultivos, como os da soja, não se decompõem completamente, tornando-se um verdadeiro abrigo e alimento para organismos que estão ativos no solo.
Dessa forma, quando a cultura hospedeira retorna, esses organismos encontram ótimas condições para se disseminar e atacar.
Fatores climáticos também influenciam o surgimento das pragas agrícolas, como ácaros e pulgões, que se proliferam em temporadas secas, enquanto locais mais quentes e úmidos apressam o ciclo reprodutivo de insetos, contribuindo para doenças nas plantas.
Quais As Pragas Agrícolas Mais Comuns No Brasil?
Em razão da sua extensa área geográfica, as pragas agrícolas são as mais diversas, variando de acordo com o tipo de cultivo e o clima de cada região.
Confira as principais:
Percevejo-Marrom (Euschistus Heros)
O Percevejo-Marrom é mais comum na soja, mas também é observado em algodão e pastagens. Esses insetos atacam às vagens, resultando em grãos chochos, além de transmitir fungos.
Larva Minadora (Liriomyza Huidobrensis)
A Larva Minadora é uma pequena mosca de cor amarela com regiões escuras que coloca seus ovos dentro das folhas.
Após a eclodirem, as larvas perfuram galerias no tecido foliar, fazendo surgir as chamadas “minas”. Depois disso, essas pragas agrícolas chegam a fase de pupa, que pode ocorrer nas folhas ou no solo, dificultando o seu controle. Nesse caso, o ciclo é rápido, com duração de cerca de 17 dias.
Ácaro-Rajado (Tetranychus Urticae)
Entre os ácaros de maior importância, o ácaro-rajado ganha destaque entre as pragas agrícolas. O ácaro-rajado apresenta-se em manchas escuras nas laterais do corpo, atacando uma variedade de culturas.
Esses insetos se alimentam da seiva e clorofila, causando manchas claras na região inferior das folhas, além da formação de teias finas e pequenos pontos.
O avanço da infestação resulta na queda precoce das folhas, no amarelecimento e na redução da produtividade.
Lagarta-Do-Cartucho (Spodoptera Frugiperda)
Lagarta-Do-Cartucho é uma das pragas agrícolas com um impacto significativo no milho, podendo atacar também culturas como soja, arroz, algodão, sorgo e feijão.
Nesse tipo de praga, as larvas atacam folhas e a área central da planta, deixando elementos que contribuem com os patógenos, o que pode acarretar, inclusive, na morte do cultivo em estágios jovens.
Lagarta Helicoverpa (Helicoverpa Armigera)
A lagarta Helicoverpa compromete diversas culturas como milho, soja, algodão, café e citros, atacando praticamente todas as regiões da planta, diminuindo, assim, violentamente a produtividade, resultando na destruição de lavouras inteiras.
Corós
Os coros também são pragas agrícolas que atacam principalmente milho, soja e cereais de inverno.
Essas larvas de besouros alimentam-se das raízes, causando danos no estande inicial, o que pode exigir replantio. Os insetos adultos também podem consumir folhas em diversos estágios da planta.
Pulgões (Afídeos)
Os pulgões são pragas agrícolas presentes em diferentes culturas, sendo mais prejudiciais em climas secos e quentes.
Esses insetos sugam a seiva de folhas e tecidos jovens, causando amarelamento, deformações e transmissão de viroses, além de liberarem substâncias que contribuem para o surgimento de fungos, atraindo formigas.
Mosca-Branca (Aleyrodidae)
A mosca-branca é um inseto sugador que enfraquece as plantas, comprometendo a qualidade e produtividade das lavouras.
Além dos prejuízos diretos, essa é uma das pragas agrícolas que transmitem doenças, além de deixar as folhas prateadas, caule esbranquiçado e proporcionar a queda precoce.
Quais Os Manejo Usados Para Controlar As Pragas Agrícolas?
Para controlar as pragas agrícolas, há algumas formas de manejo muito eficientes, que são as seguintes:
- Manejo Integrado de Pragas (MIP): combinação de técnicas, como químicas, culturais, físicas e biológicas para manter as pragas abaixo de níveis que gerem prejuízo econômico.
- Controle Cultural: alterna plantações para interromper ciclos de pragas. O ideal é escolher períodos de plantio que dificultem o ataque da praga, além de atuar frequentemente na retirada de restos culturais.
- Controle Biológico: introdução ou conservação de inimigos naturais como parasitóides, bactérias, predadores ou fungos, que atacam os organismos, além do uso de organismos patogênicos para insetos.
- Controle Físico ou Mecânico: uso de barreiras, captura manual ou remoção direta de pragas agrícolas, além de optar por solos solarizados ou aquecidos contra ovos, ou larvas.
- Controle Genético: uso de TIE (Técnica do Inseto Estéril) ou variedades geneticamente modificadas para diminuir a reprodução das pragas agrícolas.
- Controle Químico: uso de defensivos agrícolas quando as outras técnicas não tiveram sucesso.
Vale ressaltar que é importante usar a dosagem correta e fazer a rotação de ingredientes ativos para evitar resistência e garantir uma pulverização eficiente.
Conclusão
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